O Contador de Histórias (CH) é aquele que ouviu, ou que leu COM O CORAÇÃO. Isto significa que soube ESCUTAR, soube DAR VIDA À SUA LEITURA. Sim, soube ESCUTAR e se entregar à LEITURA, e, nessa disponibilidade, deixou-se EnCantar - teve o DESLUMBRAMENTO. Sentiu a emoção contida nas histórias ouvidas e/ou lida no decorrer de sua trajetória de busca do conhecimento, e, afetivamente, permitiu florescer dentro de si o desejo de fazer outras pessoas passarem pelo mesmo processo de descoberta, pela mesma EXPERIÊNCIA MÁGICA - O CONTATO COM O LIVRO => (O PRAZER DA APRENDIZAGEM).
O CH é aquele que aprendeu a se conhecer nessa busca; apropriou-se de sua própria história e a traz, ou a tem, nas mãos. É um eterno pesquisador atento aos acontecimentos (das histórias da Tradição Oral, das histórias registradas nos livros e também das histórias que nos são apresentadas na TV, no cinema, no teatro.). É um crítico. É aquele que sabe selecionar bem os contos que anseia transmitir. É um narrador que sabe dar voz às personagens. Ele sabe usar o corpo, a voz, enfim, sabe interpretar - contar com entusiasmo, com sentimento, e não apenas "ler" da boca para fora. O CH é, em suma, um transmissor de uma mensagem e precisa saber usar da liberdade que tem para fazer fluir a Palavra. Ele respeita a estrutura do conto dando a este expressão própria. O CH dá ritmo (dá coração) à mensagem. A sua mensagem deve cair no coração do ouvinte de uma maneira muito especial, de contrário, não provocará no seu expectador o efeito positivo por si próprio alvitrado e esperado.
A função do CH diante das observações feitas é EnCANTAR; é TRANSMITIR uma Mensagem - é, portanto, COMUNICAR. Implica: ter sido compreendido provocando, assim, e de alguma maneira, um retorno do receptor...
Sandrine Almeida.
Por Quê e Para Quê Contar Histórias?
Por Quê e Para Quê Contar Histórias?
Apenas algumas possíveis respostas:
Porque não podemos deixar morrer essa Tradição que é Milenar. Estejam as histórias contidas nos livros antigos ou nos livros contemporâneos, não podemos deixá-las esquecidas, ou desaparecer com o tempo pelas traças, partir como partem todos os seres vivos por serem limitados e terem estimados os seus dias neste mundo. Não os livros, não as histórias. Considero-as atemporais, imortais - Clássicas. E se temos o dever de não deixarmos morrer, ou esquecidas nas estantes de nossas casas ou bibliotecas as histórias dos célebres autores que fizeram, e ainda fazem parte do nosso imaginário infantil, muito menos ainda podemos deixar que desapareçam de nossa memória aqueles contos da nossa TRADIÇÃO ORAL, os que não foram escritos e sim transmitidos por nossos tataravôs/tataravós aos nossos bisavôs/bisavós, e desses aos nossos pais/mães... De gerações a gerações, tais histórias resistem ao tempo, como o cáctus no deserto, como a querer-nos dizer que lá estão para matar a sede, a fome dos que estão ávidos de que a sua sede e fome sejam sacidas...Assim, através das histórias, viva está a cultura de um povo, de um país; nas histórias, tornamo-nos, nós também, para sempre;
Porque, ao contarmos histórias, estreitamos laços, transmitimos experiências, emoções e aprendemos com as reações, as emoções recíprocas daqueles que nos ouvem;
Segundo os psicólogos, porque as histórias ajudam na formação da personalidade da criança;
Para contribuirmos com a nossa sociedade atualmente tão marcada por tantos contravalores. As histórias sempre trazem ensinamentos, muitas delas enfatisam os valores - os mais caros e inarredáveis princípios a serem seguidos, vivenciados pelo ser humano...;
Para nos sentirmos realizados, se é algo que nos satisfaz fazer.
Existem muitos outros motivos, obviamente; e você deve ter feito as suas observações e anotado a sua resposta, ou, suas respostas à pergunta. Para concluírmos esse tópico, vamos assistir a mais um vídeo. Apenas não se esqueça de ver devidos créditos.